domingo, 20 de julho de 2008

Chakras e Desenvolvimento Pessoal

Chakras e Desenvolvimento Pessoal
Denise H. Bandeira

Muladhara – 1 à 7 anos (infância)
Começamos a desenvolver as características da nossa personalidade. Identidade primária.
Aprendemos a sentar, engatinhar, andar com as próprias pernas.
Manifestamos a necessidade de ordem, organização no tempo e espaço e de manter uma lógica.
Como fomos completamente dependentes, desenvolvemos os nossos conceitos de lealdade e obediência, identidade e honra familiar e identificação com a tribo.

Svadhisthana – 8 à 14 anos (puberdade)
Identidade secundária, imagem de si.
Nesta fase se dá a descoberta da sexualidade e a produção hormonal dá as características femininas e masculinas.
Há um impulso para se voltar par fora do clã familiar, de ter novos relacionamentos, novos conhecimentos e de expandir o seu ambiente físico, de buscar prazer e aventuras.

Manipura – 15 à 21 anos (adolescência)
Afirmação da personalidade independente e conhecedora dos limites. Identidade social.
A pessoa procura encontrar o seu papel no mundo.
È o centro do poder pessoal. Formação do ahamkara ou noção de eu.
Este é também o centro das emoções, nesta fase a pessoa dificilmente sabe lidar com as emoções, talvez por este motivo busque emoções fortes como forma de se auto regular.
Etapa de Brahmachari ou estudante.

Anahatha - 22 à 28 ou 49 anos (maturidade aos 28 anos - revolução de Saturno)
Corresponde ao nível afetivo. Nesta faixa etária já teríamos os pés no chão (segurança – Muladhara), maturidade sexual e força interna para vencer os obstáculos (Svadhistana) e uma personalidade bem estruturada (Manipura) o que nos permite compartilhar experiências e buscar parcerias sem abdicar de nossa individualidade.
Nesta etapa a pessoa está pronta para um relacionamento maduro, para o casamento e para ter filhos, para a busca de uma religião e amor ao supremo.
Etapa de Grhastha (casado- de 25 à 49 anos). Prontos para formar e manter o nosso próprio clã.

Vishudda – 29 à 35 anos (ou 50 à 75 anos)
Corresponde ao nível da verbalização, expressão e criatividade.
Depois de fazer um balanço da vida, a pessoa consegue descartar as futilidades e se volta para o auto conhecimento e para o que realmente dá sentido à vida.
Aquí ocorre o segundo nascimento, o do iniciado. Nascemos para outra realidade a espiritual. Todos os valores, crendices, e visão da vida devem ser abandonados para que possa surgir uma compreensão mais abrangente de si mesmo, da vida e de Deus (Impessoal). A pessoa passa a se dedicar ao auto estudo.
Etapa de Vanaprastha (aposentado 50 à 75 anos) a pessoa para de trabalhar e se dedica aos estudos novamente.


Ajna – 36 à 42 anos (ou 75 anos em diante)
Corresponde a mente e suas associações, a intuição.
A pessoa se vê impelida a sempre buscar a diferença entre verdade e ilusão, entre o eterno e o aparente. Há discernimento (buddih) para fazer escolhas.
Etapa do Sannyasi (renunciante – 75 e diante). Ele tem capacidade para renunciar a superficialidade do mundo , renunciar aos seus desejos pessoais para favorecer o crescimento pessoal e coletivo. Tendo passado por todas as etapas de desenvolvimento sua bagagem de estudo e auto conhecimento lhe favorece o ensino.

Sahasrara – 43 à 49 anos (ou na liberação)
Desejo ardente de liberação dos condicionamentos, de se liberar do sofrimento, da limitação entre os 43 e 49 anos. Segundo a Psicologia essa é a melhor idade para se buscar uma terapia, pois a pessoa já vivenciou um ciclo de vida e pode compreender o que deve ser trabalhado.
Somente com a liberação final ou Moksha ocorre:
Liberação de todos os Sanskaras, tendências de virtude e pecado e liberação dos desejos reprimidos.
Nível transpessoal ou transcendental.
Aqui se chega os estado de Sábio.


Fases do desenvolvimento segundo a Psicologia:

Fase oral que se processa a partir do nascimento até mais ou menos os dois anos de idade, tendo como características a posição de total dependência do bebê em relação à mãe e sua intensa relação com o seio materno; esta é considerada o alicerce da estruturação do psiquismo.

Fase anal que se processa entre os dois e quatro anos, e, caracteriza-se pela organização da libido na zona erógena anal; Reich coloca como não sendo uma fase natural mas resultante das formas educadoras em relação ao controle esfincteriano anal.

Fase fálica se dá a partir dos três ou quatro anos, quando a criança adquire maior consciência das diferenças anatômicas entre os sexos e da identidade sexual masculina e feminina, é considerada como preparatória para o início do complexo de Édipo.

Fase genital que se inicia aos cinco anos de idade e vai até à puberdade, se caracteriza pela passagem pelo complexo de Édipo e sua resolução. Essa é responsável pela constituição da identidade sexual e da escolha objetal e suas identificações; há nessa fase intensa concentração de energia libidinal nas zonas genitais, possibilitando a organização da sexualidade adulta. Reich coloca que a formação do caráter, como forma definitiva, se inicia com a superação do complexo de Édipo, justamente na adolescência.


Relação entre as Pulsões dos chakras e os Purusharthas:

Segundo os Vedas existes quatro objetivos humanos: Artha, Kama, Dharma e Moksha.

Artha = segurança
Em forma de dinheiro, relacionamentos, um lar, um emprego, reconhecimento ou poder de qualquer tipo.

Estas são pulsões doMuladhara Chakra. Quando falta o dinheiro para a manutenção básica da vida a pessoa fica aprisionada no nível deste chakra.

Kama = prazer
Pode ser sexual, laser (jogos, viagem...) ou qualquer coisa que satisfaça os sentidos (ex. comida e bebida para o paladar, carinho e relações para a tato, perfumes para o olfato, beleza para a visão, musica para a audição, que agrade a mente, que toque o coração ou que obtenha uma certa apreciação.

Estas pulsões estão relacionadas ao Swadhistana Chakra. Muitas pessoas ficam aprisionadas neste nível.


Dharma = Harmonia ou ações que produzem uma satisfação pessoal e externa. Ação correta.
São ações que produzem uma satisfação por estar fazendo aquilo que é esperado de mim. Dharma é a medida de sua maturidade, quanto mais maduro você é, mais Dharmico você será.

Esta pulsão é do Manipura chakra, mas nem sempre as ações tem como objetivo o bem comum, quando a pessoa tem o interesse em tirar proveito (ego) ela fica aprisionada neste nível sem energizá-lo.


Moksha = liberdade ou liberação
É a busca de se libertar de um aprisionamento, de algo que limite você e que não o deixe ser o que você é ou gostaria de ser. Você deseja se libertar da insegurança, da insatisfação, mas não é buscando um prazer imediato que vai lhe trazer a satisfação, ela sempre será momentânea, você deseja se libertar de vez da insatisfação e esse é o objetivo do Yoga.

O Objetivo de liberdade é comum no homem, mas nem sempre a pessoa sabe onde chegar. Há uma ignorância total, a liberdade que se deseja põe em risco a liberdade do outro (libertinagem), O objetivo de Moksha é muito difícil de ser alcançado.











A psicologia considera a pulsão a força de impulsiona a ação.

Pulsões:
Quando Freud usa o termo, ele não se refere aos complexos padrões de comportamento herdados dos animais inferiores. Freud reconhecia os instintos como necessidades e desejos:
Necessidades = os aspectos físicos dos instintos
Desejos = aspectos mentais dos instintos

Os instintos são as forças propulsoras que incitam as pessoas à ação.

Todo instinto tem quatro componentes: uma fonte, uma finalidade, uma pressão e um objeto:
A fonte é quando emerge uma necessidade, podendo ser uma parte ou todo corpo.
A finalidade é reduzir essa necessidade até que nenhuma ação seja mais necessária, é dar ao organismo a satisfação que ele deseja no momento.
A pressão é a quantidade de energia ou força que é usada para satisfazer o instinto e é determinada pela intensidade ou urgência da necessidade subjacente.
O objeto de um instinto é qualquer coisa, ação ou expressão que permite a satisfação da finalidade original.

Entretanto nem toda pulsão pode ser satisfeita e quando encontra algum obstáculo produz tensão.
Embora seja possível catalogar uma série ampla de instintos, Freud tentou reduzir esta diversidade a alguns instintos que chamou de básicos.

Instintos Básicos:

Num primeiro momento Freud descreveu duas forças instintivas opostas, a sexual (erótica ou fisicamente gratificante) e a agressiva ou destrutiva. Suas últimas descrições, mais globais, encararam essas forças ou como mantenedoras da vida ou como incitadoras da morte. Essas formulações supõem dois conflitos instintivos básicos, biológicos, contínuos e não-resolvidos. Tal antagonismo básico não costuma ser visível ou consciente, e a maioria de nossos pensamentos e ações é evocada por estas ambas forças instintivas em combinação.
Freud impressionou-se com a diversidade e complexidade do comportamento que emerge da fusão das pulsões básicas. Por exemplo, ele escreve: "Os instintos sexuais fazem-se notar por sua plasticidade, sua capacidade de alterar suas finalidades, sua capacidade de se substituírem, permitindo uma satisfação instintiva ser substituída por outra, e por sua possibilidade de se submeterem a adiamentos . . . " (1933, livro 28, p. 122 na ed. bras.). Os instintos seriam então, canais através dos quais a energia pudesse fluir.

Libido e energia Agressiva

Cada um destes instintos gerais teria uma fonte de energia separadamente. Libido (da palavra latina para "desejo" ou "anseio") é a energia aproveitável para os instintos de vida. "Sua produção, aumento ou diminuição, distribuição e deslocamento devem propiciar-nos possibilidades de explicar os fenômenos psicossexuais observados" ( 1905a, livro 2, p. 113 na ed. bras.). Outra característica importante da libido é sua mobilidade, ou a facilidade com que pode passar de uma área de atenção para outra.
A energia do instinto de agressão ou de morte não tem um nome especial, como tem o instinto da vida (Libido). Ela supostamente apresenta as mesmas propriedades gerais que a Libido, embora Freud não tenha elucidado este aspecto.
Catexia
Catexia é o processo pelo qual a energia libidinal disponível na psique é vinculada a ou investida na representação mental de uma pessoa, idéia ou coisa. A libido que foi catexizada perde sua mobilidade original e não pode mais mover-se em direção a novos objetos. Está enraizada em qualquer parte da psique que a atraiu e segurou.
Tomando a Libido como exemplo de uma dada quantidade de dinheiro, a Catexia seria o processo de investir esse dinheiro. Digamos, então, que uma porção do dinheiro foi investida (catexizada), permanecendo nessa hipotética aplicação e deixando algo a a menos do montante original para investir em outro lugar.
Estudos psicanalíticos sobre luto, por exemplo, interpretam o desinteresse das ocupações normais e a preocupação com o recente finado como uma retirada de Libido dos relacionamentos habituais e uma extrema Catexia na pessoa perdida.
A teoria psicanalítica se interessa em compreender onde a libido foi catexizada inadequadamente. Uma vez liberada ou redirecionada, esta mesma energia ficará disponível para satisfazer outras necessidades habituais. A necessidade de liberar energias presas também se encontra nos trabalhos de Reich, Rogers e Maslow, assim como no Tantra Yoga. Cada uma dessas teorias chega a diferentes conclusões a respeito da fonte da energia psíquica, mas todos concordam com a alegação freudiana de que a identificação e a canalização dessa energia são uma questão importante na compreensão da personalidade.

Consultas:
Texto de Paulo Murilo Rosas
Texto de José Henrique Volpi
Livro: Teorias da Personalidade em Freud, Reich e Jung

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